Embora a nova tecnologia da comunicação tenha evoluído de forma
extremamente veloz e quase que assustadora, unindo ou afastando a sociedade
contemporânea, testemunhar a iniciativa de dois jovens irmãos com a proposta de
resgatar uma cultura centenária e, com ela, a cidadania, é gratificante. Uma
iniciativa que tem todo o merecimento de atenção e incentivo fiscal.
Os irmãos Luana e Marcos Bandeira, ela
Rainha de Bateria e ele bailarino e coreógrafo, sem ter o menor tipo de
patrocínio, tocam o “Projeto Origens”
que está a seis anos atendendo as comunidades do bairro Estácio, no Rio de
Janeiro, com o objetivo de propor a união e o resgate da Cidadania e da
identidade individual, porque não afirmar, coletiva também através da dança.
Luana e Marcos reúnem crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Com 28 anos, completados no dia 15 de
dezembro, Luana Bandeira, além de exercer o cargo de Rainha de Bateria, ser
modelo, atriz, professora de capoeira, e assistente de palco do programa Caldeirão
do Huck, na Rede Globo, é a coordenadora e professora do Projeto Origens.
Marcos Bandeira, aos 25 anos, é dançarino formado pela Escola de Dança Maria
Olenewa e coreógrafo. Ele afirma sobre a origem do projeto, “Decepção com
familiares, com as pessoas e com a arte”, “Origens é o começo de tudo”. De
acordo com Luana Bandeira, o jongo, o maculelê e a umbigada, danças trazidas
pelos negros escravizados, são resgatadas com o intuito de conhecer a origem do
que se ouve hoje em dia. Ela faz a proposta: “...antes de querer dançar um determinado
cantor ou cantora, como muitos pedem, vamos às origens deles?...”.
É profundamente lamentável que
um projeto como esse, não tenha a visibilidade e o patrocínio devido, em
comparação a vários outros que acabam servindo para lavagem de dinheiro, e
ainda servindo a grande parte de uma sociedade injusta, em face de outra parte
duramente estigmatizada. De suma importância que um projeto como esse, receba incentivos,
não somente do Poder Executivo (nas esferas Federal,
Estadual e Municipal), como também, da iniciativa privada.
Questionados sobre o que prepararão sobre os
100 anos do Samba, ambos respondem: “Surpresa! Quem sabe Ismael Silva,
Sinhô...”

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